[...]
Aceitamos tudo:
Dinheiro, cigarros, fatiota, roupas de cama, mercearias,
BACALHAU, brinquedos, livros, esferográficas, papel de
máquina, vitaminas, uma corneta, (para eu tocar num dia
que eu cá sei), viagens pelo Continente, estadias em casas
de muito sossego, garrafas de vinho, revistas com nus (são
para mim), um casaco de abafar (é para a minha senhora),
bolas de berlim, salsichas, passas e nozes, tâmaras, um osso
com tutano para o caldo da Gèninha, lâminas da barba,
o perdão das nossas dívidas, uma assinatura do Jornal
de Letras e Artes (minha leitura predilecta), bolo-rei, bolsa
da Gulbenkian (proposta: uma biografia do Bocage), uma
caixa de bombons, passarinhos assados, orelheira de porco,
latas de conserva (gostamos de qualquer marca), etc., etc.,
etc.
O Artista agradecido
Luiz Pacheco
Sua casa: Avenida dos Combatentes, 17 - 1º
SETÚBAL - PORTUGAL - EUROPA OCIDENTAL
O Cachecol do Artista - Luiz Pacheco
[ >> ]
Aceitamos tudo:
Dinheiro, cigarros, fatiota, roupas de cama, mercearias,
BACALHAU, brinquedos, livros, esferográficas, papel de
máquina, vitaminas, uma corneta, (para eu tocar num dia
que eu cá sei), viagens pelo Continente, estadias em casas
de muito sossego, garrafas de vinho, revistas com nus (são
para mim), um casaco de abafar (é para a minha senhora),
bolas de berlim, salsichas, passas e nozes, tâmaras, um osso
com tutano para o caldo da Gèninha, lâminas da barba,
o perdão das nossas dívidas, uma assinatura do Jornal
de Letras e Artes (minha leitura predilecta), bolo-rei, bolsa
da Gulbenkian (proposta: uma biografia do Bocage), uma
caixa de bombons, passarinhos assados, orelheira de porco,
latas de conserva (gostamos de qualquer marca), etc., etc.,
etc.
O Artista agradecido
Luiz Pacheco
Sua casa: Avenida dos Combatentes, 17 - 1º
SETÚBAL - PORTUGAL - EUROPA OCIDENTAL
O Cachecol do Artista - Luiz Pacheco
[ >> ]
[...]
Convenhamos que o mundo ficaria bem mais pobre e mais
vazio sem o Artista. Nenhuma classe, porém, está entre nós
tão desprotegida. É certo que, geralmente depois de morto,
o Artista beneficia de certas compensações... é falado, é lido
e relido, comentado, antologiado, imitado, entra no património
nacional. Donde se poderá então concluir que o costumado
confronto com a cigarra é odioso e injusto, que da cigarra
pouco fica para o seu semelhante e os vindouros, mas do Artista
fica muito em relação do que deixa a maioria dos seus
contemporâneos, que é caca.
[...]
O Cachecol do Artista - Luiz Pacheco
[ >> ]
Convenhamos que o mundo ficaria bem mais pobre e mais
vazio sem o Artista. Nenhuma classe, porém, está entre nós
tão desprotegida. É certo que, geralmente depois de morto,
o Artista beneficia de certas compensações... é falado, é lido
e relido, comentado, antologiado, imitado, entra no património
nacional. Donde se poderá então concluir que o costumado
confronto com a cigarra é odioso e injusto, que da cigarra
pouco fica para o seu semelhante e os vindouros, mas do Artista
fica muito em relação do que deixa a maioria dos seus
contemporâneos, que é caca.
[...]
O Cachecol do Artista - Luiz Pacheco
[ >> ]
Aproxima-se o General Inverno que até ajudou a vencer
Napoleão, como se aprende na escola.
O ARTISTA PRECISA DE UM CACHECOL.
O cachecol do Artista, eufemismo simbólico que passamos
a explicar, são vários, pode mesmo afirmar-se para cada Artista
seu cachecol. Igual coisa acontece com o comum das pessoas
porque, logrados pelo dito do dá Deus o frio conforme a roupa,
já muita gentinha tem morrido de frio, pobrezinhos! Assim,
o mais seguro ainda é usar um bom cachecol. Há vários:
há os que se refugiam no seio da família, “home sweet home”,
cachecol-cadinho das mais santas virtudes. Para outros, é um
cigarro ou um gole de álcool, desde o precioso uisqui ao
corriqueiro bagaço mata-bicho, ao popularíssimo dois tintos.
Ainda alguns e algumas é o Amor que os aquece, sobretudo
nas zonas erógenas, e excelente cachecol é o Amor, distrai os
indivíduos e perpetua a espécie, [...]
O Cachecol do Artista - Luiz Pacheco
Napoleão, como se aprende na escola.
O ARTISTA PRECISA DE UM CACHECOL.
O cachecol do Artista, eufemismo simbólico que passamos
a explicar, são vários, pode mesmo afirmar-se para cada Artista
seu cachecol. Igual coisa acontece com o comum das pessoas
porque, logrados pelo dito do dá Deus o frio conforme a roupa,
já muita gentinha tem morrido de frio, pobrezinhos! Assim,
o mais seguro ainda é usar um bom cachecol. Há vários:
há os que se refugiam no seio da família, “home sweet home”,
cachecol-cadinho das mais santas virtudes. Para outros, é um
cigarro ou um gole de álcool, desde o precioso uisqui ao
corriqueiro bagaço mata-bicho, ao popularíssimo dois tintos.
Ainda alguns e algumas é o Amor que os aquece, sobretudo
nas zonas erógenas, e excelente cachecol é o Amor, distrai os
indivíduos e perpetua a espécie, [...]
O Cachecol do Artista - Luiz Pacheco
(um, dois, três, quatro, cinco contitos de natal)
“ofereço-vos o que de mais precioso
tenho para dar.”
as crianças choraram muito.
um dos adultos, não se contendo, mandou enfiar
“o amor” em local que a berraria não deixou adivinhar.
“ofereço-vos o que de mais precioso
tenho para dar.”
as crianças choraram muito.
um dos adultos, não se contendo, mandou enfiar
“o amor” em local que a berraria não deixou adivinhar.
(um, dois, três, quatro, cinco contitos de natal)
[ dez continhos de natal ]
começou numa festa
de natal e sucederam-se
primos
até no sexo
descobriram-se
e nus
cobriram-se.
[ dez continhos de natal ]
começou numa festa
de natal e sucederam-se
primos
até no sexo
descobriram-se
e nus
cobriram-se.
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