( >> )
Não se sabe bem como, onde, quantos.
Mas a trupe de acrobatas chineses impressiona.
Depois desaparece sem rasto até ao próximo número.
( >> )
Mas a trupe de acrobatas chineses impressiona.
Depois desaparece sem rasto até ao próximo número.
( >> )
Fugitivo era esquivo.
Chegou numa tarde de tanta chuva que ouve matiné nenhuma.
Depois da borrasca continuou com o rosto lavado em lágrimas.
Não se lhe sabia o nome, não se lhe conhecia qualquer talento
e a pintura de palhaço, onde se encondia, não aguentava mais
de oito minutos na cara.
Chorava, chorava muito.
Diz que foi passional; diziam: de paixão.
Foi colhido, num dia de sol, numa passagem de nível sem guarda.
( >> )
Chegou numa tarde de tanta chuva que ouve matiné nenhuma.
Depois da borrasca continuou com o rosto lavado em lágrimas.
Não se lhe sabia o nome, não se lhe conhecia qualquer talento
e a pintura de palhaço, onde se encondia, não aguentava mais
de oito minutos na cara.
Chorava, chorava muito.
Diz que foi passional; diziam: de paixão.
Foi colhido, num dia de sol, numa passagem de nível sem guarda.
( >> )
do ut des
15 de Junho
“Um pagão de antes de Cristo pode salvar-se se se conforma com
o que é natuaralmente bom.”
Então para que serve a revelação de Cristo?
a) Se aquele que a ouve e a pratica tem mais mérito do que aquele
que a não ouve - é uma injustiça.
b) Se aquele que a não ouve, mas pratica naturalmente o bem, tem
o mesmo mérito - a revelação é inútil.
Ofício de viver (1948)
Cesare Pavese
( >> )
“Um pagão de antes de Cristo pode salvar-se se se conforma com
o que é natuaralmente bom.”
Então para que serve a revelação de Cristo?
a) Se aquele que a ouve e a pratica tem mais mérito do que aquele
que a não ouve - é uma injustiça.
b) Se aquele que a não ouve, mas pratica naturalmente o bem, tem
o mesmo mérito - a revelação é inútil.
Ofício de viver (1948)
Cesare Pavese
( >> )
Morreu no primeiro ensaio.
Andou meses e meses a insistir com ela para treinar:
fica, obriga-te a conseguir.
Depois do chicote, meses e meses de facas.
Fez quase um ano e encostou-se à silhueta, preta, no taipal, amarelo,
de madeira.
Disse:
atira; atira como se eu não estivesse aqui.
Ela fechou os olhos: inspirou profundamente: tomou o peso do cabo,
dela, na palma da mão.
Meses e meses a praticar, a demorar e ele com a outra: a dele.
Ela: a outra: a lâmina dela: no peito dele: zás!
( >> )
Andou meses e meses a insistir com ela para treinar:
fica, obriga-te a conseguir.
Depois do chicote, meses e meses de facas.
Fez quase um ano e encostou-se à silhueta, preta, no taipal, amarelo,
de madeira.
Disse:
atira; atira como se eu não estivesse aqui.
Ela fechou os olhos: inspirou profundamente: tomou o peso do cabo,
dela, na palma da mão.
Meses e meses a praticar, a demorar e ele com a outra: a dele.
Ela: a outra: a lâmina dela: no peito dele: zás!
( >> )
...
Longa pausa.
Campainha estridente. WINNIE abre imediatamente os olhos.
A campainha cala-se. WINNIE olha em frente. Longa pausa.
...
( >> )
Longa pausa.
Campainha estridente. WINNIE abre imediatamente os olhos.
A campainha cala-se. WINNIE olha em frente. Longa pausa.
...
( >> )
Foi muito difícil, moroso, demovê-lo da ideia de ser trapezista.
Seis anos depois abraçou uma carreira na alta finança.
A alcunha ficou para sempre: “mãos de manteiga”.
( >> )
Seis anos depois abraçou uma carreira na alta finança.
A alcunha ficou para sempre: “mãos de manteiga”.
( >> )
Primeiro foi um artista com um sonante nome espanhol.
Depois os gémeos Sousa.
- E agora, meninas e meninos, senhoras e senhores: Peeedro!
Silêncio.
O público num mudo perguntar exclamativo: Pedro!?
Súbito, o apresentador; mestre em cerimónias, apressou-se
a esclarecer: Peeedro Flato! O homem que, apenas com
o seu corpo,
( >> )
Depois os gémeos Sousa.
- E agora, meninas e meninos, senhoras e senhores: Peeedro!
Silêncio.
O público num mudo perguntar exclamativo: Pedro!?
Súbito, o apresentador; mestre em cerimónias, apressou-se
a esclarecer: Peeedro Flato! O homem que, apenas com
o seu corpo,
( >> )
O sol do imperador. O som do imperador. O trem do imperador.
O tron’ do imperador. O não do imperador. A noz do imperador.
A mão do imperador. O mau do imperador. O bol do imperador.
O bel do imperador. O til do imperador. O tal do imperador.
O pum do imperador. O pó do imperador. O pai do imperador.
O pau do imperador. O chá do imperador. O xis do imperador.
O fez do imperador. A foz do imperador. Os reis do imperador.
Os réis do imperador. Os fãs do imperador. O fim do imperador.
Murilo Mendes, “O imperador”, 1966-1967.
O tron’ do imperador. O não do imperador. A noz do imperador.
A mão do imperador. O mau do imperador. O bol do imperador.
O bel do imperador. O til do imperador. O tal do imperador.
O pum do imperador. O pó do imperador. O pai do imperador.
O pau do imperador. O chá do imperador. O xis do imperador.
O fez do imperador. A foz do imperador. Os reis do imperador.
Os réis do imperador. Os fãs do imperador. O fim do imperador.
Murilo Mendes, “O imperador”, 1966-1967.
do ut des
26 de Fevereiro
A grande arte moderna é sempre irónica, tal como a antiga era
religiosa. Assim como o sentimento do sagrado radicava
as imagens para além do mundo da realidade, dando-lhes um
futuro e antecedentes prenhes de significado, a ironia descobre
nas imagens e sob elas um vasto campo de jogo intelectual, uma
vibrante atmosfera de hábitos imagísticos e raciocinantes, que
transforma as coisas representadas em símbolo de uma realidade
mais significativa. Para ironizar não é necessário brincar (assim
como para sagrar não é necessário recorrer à liturgia), basta
construir as imagens segundo uma norma que as supere ou domine.
(...)
Ofício de viver (1942)
Cesare Pavese
( >> )
A grande arte moderna é sempre irónica, tal como a antiga era
religiosa. Assim como o sentimento do sagrado radicava
as imagens para além do mundo da realidade, dando-lhes um
futuro e antecedentes prenhes de significado, a ironia descobre
nas imagens e sob elas um vasto campo de jogo intelectual, uma
vibrante atmosfera de hábitos imagísticos e raciocinantes, que
transforma as coisas representadas em símbolo de uma realidade
mais significativa. Para ironizar não é necessário brincar (assim
como para sagrar não é necessário recorrer à liturgia), basta
construir as imagens segundo uma norma que as supere ou domine.
(...)
Ofício de viver (1942)
Cesare Pavese
( >> )
“ponham muito alto a música”
BRONSKI BEAT - SMALLTOWN BOY
Somerville played the song’s titular character in the music video
who leaves his hostile ‘straight’ hometown for the friendlier city.
Somerville played the song’s titular character in the music video
who leaves his hostile ‘straight’ hometown for the friendlier city.
“Epá deves ter o cu quente. (Um, dois, três, quatro,
cinco segundos.) Deves ter o cu muito quente
com essas calças de fazenda.”
16h41; G.D.R.C. Vilarinha
( >> )
cinco segundos.) Deves ter o cu muito quente
com essas calças de fazenda.”
16h41; G.D.R.C. Vilarinha
( >> )
Subscrever:
Mensagens (Atom)