Era uma vez um rapaz que não sabia o seu nome.
(Não que tivesse esquecido, simplesmente não sabia,
nunca soube.)
Aquilo era-lhe desagradável.
Decidiu sair à rua e passear pelo bairro
na esperança que alguém o chamasse.
Fez todos os quarteirões, várias vezes, e nada.
Já noite: parou. Inspirou fundo e gritou
a todos os pulmões: Qual é o meu nome?
Lá de cima, talvez de uma janela alta, ouviu:
“Cala-te! Oh filho da puta!”
Correu para casa radiante. A partir desse dia
chamar-se-ia: Puto; em homenagem à mãe.
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